🎧 podcastinho
por que a gente tá na internet? o que a gente quer quando usa rede social? por que tamo pensando tanto em como falar da gente mesma e dos nossos trabalhos? por que isso tem consumido tanto a gente?
o que a gente quer?
coisa doida é experimentar autoexpressão — esse material da comunicação pessoal, que tem a ver com imagem e com conteúdo. tiro o chapéu pra quem faz com facilidade: na minha experiência, sinto vergonha, sensação de inutilidade, uma cachoeira de intolerância comigo mesma, querendo acertar e fazer perfeito (risos), com um senso crítico muito mais minucioso do que a ocasião pede 😣
((auto-centramento em níveis altíssimos, né? isso de se dar importância demais, oooolha 🫣 a comunicação das amigas a gente acha linda até quando vem com erro de digitação; a nossa meudeusdocéu a gente se martiriza num tanto que só jesuis na causa (às vezes nem ele!) — imagina o alívio de conseguir olhar pra nossa própria versão com o mesmo carinho e incentivo que a gente dá pras pessoas todas!))
anos atrás fiz uma formação de ioga e no programa tinha aula de ética com a professora lia diskin. ela começava contextualizando nosso tempo e nosso tamanho nessa vida: o universo tem 14 bilhões de anos, a terra tem 5 bilhões, os mamíferos tão aqui há 200 milhões de anos e a gente existe há 315 mil. mais: a gente demora 9 meses pra sair da barriga, uns outros 8 meses (pelo menos) pra conseguir ficar de pé, quase 2 anos pra articular frases e o resto da vida aprendendo mais!
então que doideira é essa da gente precisar falar da gente mesma ‘desde anteontem’ e já achar que tem que dominar? internet na palma da mão, como tem hoje, é desde 2010, 2013: tamos na pré-história da auto-publicação! ao mesmo tempo em que tamos (quase) todas inventando novas atuações profissionais e experimentando novos saberes, também tamo sentindo vergonha e se cobrando perfeição nessas primeiras tentativas de (se) comunicar — com tão pouco tempo de prática!
se você não é gato ou herdeira e precisa/quer falar mais e melhor de você mesma, cola na minha: deixa seu contato aqui que te chamo pros próximos encontros de comunicação pessoal que tão vindo já já no inverno ❄️
talvez o negócio seja usar essa vergonha pra se orientar, pra tentar não sentir tanta vergonha. encontrar sentido no que a gente faz, em quem vem sendo, conceituar (no papel mesmo!) nossas atuações, atividades, valores e motivações — pra chegar no que importa. olhar com generosidade pra gente mesma, decifrar como a gente colabora, confiar no que a gente produz... isso pode ajudar a se reconduzir pra realidade (a gente é legal!). e se reconhecer no tamanho devido: ser um pouquinho egoísta pra falar do que importa sem ser ‘a mais’ nem ‘de menos’; pra também ser bastante coletivista 🤩 com a segurança de que todo mundo ganha quando a gente se disponibiliza no nosso melhor pra fazer mais dos nossos bons trabalhos, impactando pro bem de mais gente! eu creio que nossas presenças des-oprimidas vão transformando nossos caminhos e ambientes pra mais positivos, mais criativos, mais cheios de possibilidades, não só pra gente mas pra todo mundo 🤸🏻
((e vergonha alheia, como parâmetro, pode ajudar: tem gente que não tem vergonha nenhuma e nunca produziu, nem vai produzir, nada com profundidade — eu digo “vir”, ces dizem “gínia”! talvez a vergonha proteja mesmo a gente de perder o contato com a vida real 😉))
um beijo carinhoso,
fefe
🔍 na prática
minhas clientes e alunas passam todas por esses (auto)questionamentos aqui, nesse exercício que chamo de ‘contorno de atuação profissional' -valendo pra dar confiança e pra ter na ponta da língua:
_o que é o seu trabalho? (conceito, definição)
_quem te contrata? e quem mais se beneficia de sua atuação profissional?
_o que sua cliente recebe durante + no final desse trabalho?
_quais os benefícios que esse trabalho/serviço traz? (pra sua cliente, pra marca ou pra contratante que viabiliza, pra você mesma, pra sociedade/pro mundo?)
🗂️ links pra quem se interessa por comunicação pessoal:
🔗 status de whatsapp tão ficando cada vez mais parecidos com stories de instagram: a gente faz tanto esforço na rede social e às vezes nossos contatinhos mais chegados não tão sabendo de nossas coisas… e acho bom lembrar de circular em outros ambientes
🔗 sou filha de jornalista e passei muuuitos sábados de minha infância na redação super analógica em que meu pai trabalhou 🥰 daí isso daqui me pega demais: um ótimo texto refletindo sobre o que importa comunicar x o que viraliza; com sugestão de alternar as conversas que a gente puxa, falando um pouquinho do que é popular e um pouquinho do que é relevante — é sobre jornalismo mas cabe demais pra nossa própria comunicação, eu acho!
🔗 dois anos depois de substituir gente por robô, essa empresa virou notícia voltando atrás porque tá com saudade de conexão humana, rs — quem diria que gente gosta mesmo é de conversar né!
🎸 vambora com aspas de rita lee
que canta essa ORAÇÃO na música o toque:
“você é uma criança do universo e tem tanto direito de estar aqui quanto as árvores e as estrelas! e mesmo que isso não esteja claro para você, não há dúvidas que o universo segue o rumo que todos nós escolhemos”
Suas publicações são um afago na alma 💗
Arrasou no tema, que gostoso ler teu texto!